Em Portugal os alunos de pais estrangeiros têm resultados escolares significativamente mais baixo em comparação aos alunos de origem portuguesa e são segregados mesmo dentro das escolas.
É isso que dizem os resultados do estudo denominado: ‘Inclusão ou discriminação? Da análise dos resultados escolares às estratégias para o sucesso dos alunos com origem imigrante’, desenvolvido pela faculdade de economia da Universidade Nova de Lisboa, e divulgado em 9 de abril de 2021.
À primeira vista, a segregação é mais visível em regiões onde os migrantes têm maior presença: áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, Algarve e distrito de Setúbal. Porém, mais do que fatores de desigualdade socioeconómica, são os próprios resultados escolares os responsáveis pela segregação.
Segundo o estudo, existem desigualdades tanto na forma como os alunos estão distribuídos pelas escolas e pelas turmas, quanto em termos dos desempenhos. Assim, a segregação está mais associada ao facto de os alunos terem repetido anos no passado; por exemplo, isto porque, algumas escolas fazem turmas com mais repetentes do que noutras turmas.
O estudo, que acompanhou o percurso dos alunos que em 2016-2017 concluíram o 9.º ano, refere que as diferenças já eram identificáveis logo no 6.º ano e até mesmo no 1.º ciclo. Por exemplo, os naturais dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e do Brasil tiveram em média menos 12 pontos percentuais a Matemática, comparativamente com os naturais de Portugal.
Também os dados relativos ao desempenho escolar dos alunos no 1.º ciclo mostram que começam cedo as dificuldades para os alunos migrantes, com taxas de reprovação superiores. Neste contexto, os alunos dos PALOP apresentam maiores dificuldades, com apenas cerca de 70% a concluir o 1.º ciclo sem qualquer reprovação, contra taxas de 87,4% dos alunos de naturalidade portuguesa.
Fonte: Lusa