Segundo levantamento do Observatório das Migrações, do Instituto Nacional de Estatística e da Pordata, apresentados no mês passado, em 2021 registaram-se 79.795 nascimentos em Portugal (em 2020 foram 84.796 nados-vivos).
Deste total, 10.883 bebés (ou seja, 13,6%) foram de mãe de nacionalidade estrangeira, refletindo um crescimento dos nados-vivos de mães estrangeiras (+8,8% nados-vivos de mãe estrangeira face ao início da década passada).
Ao longo da última década, Portugal registou uma quebra no número de recém-nascidos, verificando-se em 2021 menos 17 mil nascimentos que em 2011, e em 2020 menos 12 mil nascimentos que em 2010.
A partir de 2016 a importância dos bebés nascidos de mães estrangeiras foi gradualmente incrementado: representaram 8,8% dos nados-vivos em 2016, subindo para 9,7% em Portugal em 2017, para 11% em 2018, 12,7% em 2019, 13,5% em 2020 e 13,6% em 2021.
Desta forma, continuam a verificar-se os contributos positivos dos imigrantes para a demografia portuguesa. Os estrangeiros continuam a contribuir de forma expressiva para os nascimentos em Portugal.
Considerando as nacionalidades estrangeiras que registaram maior número de nados-vivos em 2020 e 2021, voltam a destacar-se as mães de nacionalidade brasileira (respetivamente, 5% e 5,4% do total de nados-vivos registados em Portugal ou 36,9% e 39,6% dos nados-vivos de mães estrangeiras nos últimos dois anos); angolana (1,1% do total em 2020 e 0,9% em 2021 ou, respetivamente, 8,5% e 6,3% dos nados- vivos de mães estrangeiras); e cabo-verdiana (1% do total de nados-vivos do país em 2020 e 0,8% em 2021, ou 7,1% e 5,9% dos nados-vivos de mães estrangeiras nesses dois anos).
Destaque ainda para as mães nepalesas que têm vindo a incrementar o seu contributo para os nascimentos de mães estrangeiras em Portugal (quarta nacionalidade mais representada nos dois últimos anos, contribuindo com 4,4% dos nados-vivos de mães estrangeiras em 2020 e 4,2% em 2021, ou 0,6% do total de nados-vivos do país nos dois últimos anos).
Enquanto isso, Portugal é ainda assumido como um dos países europeus mais envelhecido e com mais grave fragilidade demográfica: em 2020 e 2021 Portugal foi o quarto país da UE com maior proporção de pessoas com mais de 65 anos (respetivamente, 22,1% e 22,4%), sendo apenas ultrapassado pela Itália (23,2% e 23,5%, respetivamente), a Finlândia (22,3% em 2020 e 22,7% em 2021) e a Grécia (22,3% e 22,5%, respetivamente).
Fonte: Observatório das Migrações / Pordata / INE / Público / JN