Ser empreendedor de sucesso em Portugal é uma decisão bastante importante, a qual não deve ser tomada sem um estudo prévio e alguma investigação do mercado.
A primeira pergunta que nos vem à cabeça quando pensamos em sucesso é: “será que existe alguma fórmula mágica de sucesso para empreender?”
Podemos afirmar que sim. A fórmula do sucesso pode ser aplicada em qualquer país do mundo onde haja um empreendedor.
Aliás, o empreendedor é um profissional dotado de características muito próprias. Assim, ao longo deste artigo, vamos abordar o que o torna tão especial.
Ser criativo e persistente é algo muito comum no perfil do empreendedor, pois este profissional lida constantemente com risco.
No entanto, este risco deve ser devidamente estudado, calculado e – na maioria dos casos – até previsto.
1. Conhecendo a fórmula mágica do empreendedor
Antes mesmo de iniciar o seu projeto, duas regras são fundamentais: fazer a coisa certa e começar bem seu negócio. Não basta ter uma boa ideia, é preciso saber executá-la da melhor forma possível.
Portanto, conhecer o custo deste investimento é um dos primeiros passos, pois o ajudará a definir a sociedade empresarial mais adequada para o seu negócio.
Em Portugal, é possível destacar duas sociedades mais comuns, as quais têm sido utilizadas por muitos empreendedores:
- Sociedades unipessoais por quotas
- Sociedades por quotas
Nestes dois tipos de sociedade, o capital social a ser investido não pode ser inferior a €1.
2. Sociedade unipessoal por quotas
A sociedade unipessoal por quotas é constituída por um único sócio. Pode ser uma pessoa singular (pessoa física), ou ainda, pessoa coletiva (pessoa jurídica).
Nesta sociedade, a responsabilidade do sócio está limitada ao montante do capital social da firma, ou seja, do valor investido.
Assim, na sociedade unipessoal por quotas, o sócio único exerce as competências das assembleias gerais, podendo designadamente nomear gerentes.
Além disso, toda decisão do sócio deve ser registrada em ata e assinada por ele próprio. Isto porque, as suas decisões são de natureza igual às deliberações da assembleia.
3. Sociedade por quotas
A sociedade por quotas é uma empresa composta por dois ou mais sócios, cujo capital social se encontra repartido por quotas.
Desse modo, cada sócio possui responsabilidade limitada ao valor da quota subscrita. Assim sendo, todos os sócios são solidariamente responsáveis por todas as entradas acordadas no contrato social, no caso do capital não estar integralmente realizado.
A constituição da empresa pode ser realizada na Conservatória do Registo Comercial. Sendo também possível pela internet através Portal do Cidadão – Empresa Online. Este acesso é restrito a quem seja possuidor do certificado digital.
4. Procedimento burocrático
O empreendedor tem um prazo de 5 dias após a constituição da empresa para realizar o depósito do capital social.
Ademais, poderá designar um Técnico Oficial de Contas para providenciar a entrega do início de atividade nas Finanças.
Deverá ainda, tratar de fazer a inscrição da sua empresa, dos trabalhadores, administradores, diretores ou gerentes na Segurança Social.
Todavia, além de seguir os passos necessários para constituição da empresa, também é preciso verificar outros procedimentos exigidos antes da sua abertura.
O empreendedor estrangeiro, antes de iniciar o processo de constituição da empresa, deverá providenciar o número de identificação fiscal.
O número de identificação fiscal ou número de contribuinte é popularmente conhecido em Portugal como ‘NIF‘. Este documento é necessário para diversos atos do dia-a-dia.
O NIF deve ser requerido nos balcões das Finanças, ou nas Lojas do Cidadão, sendo atribuído no momento do pedido.
O empreendedor não-residente em Portugal, ou seja, sem domicílio fiscal em Portugal, independentemente da nacionalidade, deverá nomear um representante fiscal.
Assim, este representante constará nas Finanças como o responsável pelo recebimento de todas as suas notificações.
5. Nome da empresa: identidade
Relativamente ao nome da empresa, muitos empreendedores têm uma ideia de nome. Este nome pode estar relacionado a identidade do negócio.
Também pode acontecer da empresa já existir em outros países, sendo conhecida por um determinado nome.
Por isso, pode ser muito importante preservar o nome da empresa ou negócio.
Nestes casos, antes de proceder ao processo de constituição da empresa, você deve iniciar um processo de admissão do nome já utilizado ou escolhido.
Este processo de admissibilidade do nome da empresa pode demorar até 10 dias, porém, há a opção de pagamento de uma taxa de urgência.
6. Escolha do espaço ideal
O espaço a ser escolhido para domiciliar ou funcionar a sua empresa também é fundamental. Diversas cidades de Portugal tem se tornado um paraíso para a utilização de serviços como ‘co-working’ ou ainda ‘escritórios virtuais’, não só pelo custo/benefício, mas principalmente por oferecer serviços essenciais para que o empreendedor dinamize o seu negócio/trabalho.
Contudo, caso o seu negócio impossibilite o uso de espaços mais diversificados, como por exemplo, a restauração, há várias opções nas zonas mais antigas ou restauradas nas principais cidades do país, que podem lhe valer uma excelente oportunidade de negócio.
Até porque, estes lugares estão sendo remodelados com vista a dinamizar o local, aumentando sua frequência e criando uma nova forma de experimentar ambientes mais antigos.
Por isso, antes de tudo, vale estudar o local e os possíveis clientes. Importante ainda, verificar a viabilidade do serviço a ser prestado, para que tudo corra de forma a evitar o menor risco possível.
7. Plano de negócio: desafio do empreendedor
Saber fazer um plano de negócio é fundamental, sendo um dos pontos chaves para o sucesso do seu investimento, um dos maiores desafios.
O empreendedor de sucesso deve estar munido de informações gerais, das mais simples às mais complexas. Sendo que, este conhecimento não deve limitar-se apenas ao conhecimento do negócio em si, mas também englobar estratégia, marketing, recursos humanos, investimento, plano de financiamento, entre outros.
Este conjunto de habilidades irá determinar se você como empreendedor tem condições de assumir risco. E, mais importante, se você tem capacidade para enfrentar os obstáculos que podem sugir no processo de criação e arranque da sua empresa.
Um empreendedor de sucesso deve estar atento a todas as possibilidades do mercado, e precisa conhecer razoavelmente bem o país no qual irá desenvolver seu negócio.
Por isso, independentemente de você ser empreendedor estrangeiro ou nacional, convem ter sempre atenção aos fatores acima mencionados.
Obviamente que para um empreendedor estrangeiro, o risco pode ser maior, pois o desconhecimento de regras simples – como, por exemplo, a prática local, costumes e cultura de negócio – pode causar dissabores, falsas expectativas, ou ainda, uma aposta de negócio errada.
8. Empreendedor estrangeiro: desafio acrescido, mas não impossível
O empreendedor estrangeiro deve procurar conhecer seu mercado, fazer networking, ouvir seus futuros clientes, saber quais são as verdadeiras oportunidades a serem criadas. Literalmente, deve centrar-se no seu negócio.
Deste modo, o empreendedor de sucesso saberá que seu maior trunfo é ter a sabedoria de unir conhecimento + estratégia + persistência + risco + oportunidade = resultado.
Lembre-se sempre, seu sucesso será o resultado do seu trabalho e da dedicação que você desempenhar no seu projeto de empreender, seja em Portugal ou em qualquer outro país do mundo.
(Vanessa C. Bueno)
[*Fonte das imagens: Unsplash, Pixabay]
vanessa@odireitosemfronteiras.com
Instagram: @vanessabuenoadvogados